Roberto Gamito
20.08.22
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Roberto Gamito
20.08.22
Roberto Gamito
19.08.22
Roberto Gamito
15.08.22
Por estes dias em que as praias algarvias perdem a sua antiga fama de cenário idílico ao receberem sem restrições temperaturas pouco amigáveis, dignas de um trailer cujo intuito fosse apresentar a diversidade climatérica do mundo a um demónio estrangeiro, ou seja, vai do calor desértico ao frio glacial num estalar de dedos, o qual nem necessita de ser divino, uma vez que o homem já pôs o seu dedo burguês e gorduroso no tempo e escavacou a bom escavacar as estações, agarrando com mérito todos os papéis da biodiversidade animal, o Algarve recebe ventos e os seus caprichos, coisas que, parecendo que não, só fomentam uma ida descansada à praia sem rabugices, dias em que tentamos comer uma bola de berlim em passo de fugida, duplamente assados da cabeça aos pés pela areia e pelo sol que nos atravancam o caminho para a felicidade, enquanto tentamos evitar que um guarda-sol, que anda no ar estúpido e alegre como um papagaio-de-papel, nos bandarilhe severamente o lombo magistral que tanto nos custou a criar. E já esquecendo as algas, que este ano embirraram com o areal algarvio. Estas, as algas, assemelham-se a lisboetas naufragados da nau do quotidiano acabados de dar à costa, parece é que tudo delas. Das algas. Respirando fundo, ganhando fôlego para mais uma ficção, que é como quem diz, vendo pelo lado positivo, o facto de o areal ser por estes dias gagamente verde pode permitir aos futebolistas de praia, praticantes desse, como direi, desporto camponês, partindo do principio que o futebol é o rei, se entreguem de unhas e dentes à prática do paleio com a bola e descubram, entre peixe que por lá estrebucha e algas, uma nova forma de desfrutar do sushi.
Porém, não foi isto que nos trouxe cá, apesar de a canoa do escárnio ter servido belamente a sua missão. É tempo de a deixar vogar no lago plácido do marasmo. O que me indigna até à penugem dos neurónios, e faz com que gere sinapses dignas de um ditador, é o facto de as rendas neste país denominado por muitos entendidos como Portugal estarem cada vez mais proibitivas. Praticam-se preços de tal maneira altos que, se uma pessoa não catapultar a carreira até aos 35 anos, e, tendo recorrido a todo o tipo de estratagemas, seja pela via do mérito, seja pela via do boca ou do ânus, se estiver impedido de ganhar um milhão de euros mensais, a melhor coisa a fazer é ponderar o suicídio. Um suicídio modesto, nada de teatros caros e espalhafatosos, que a vida não está para grandes loucuras. Chegará a um ponto em que os portugueses terão de pegar no que conseguiram poupar durante uma vida e comprar umas braçadeiras em segunda-mão e emigrar para o Oceano Atlântico, onde poderão prosperar como amigos dos golfinhos, excepto as mulheres pequenas, que, como se sabe, são descritas como sardinhas por alguns provérbios e os golfinhos, como é alertado pelos biólogos contemporâneos, levam-nos muito a sério, aos provérbios, sendo que, o mais provável, é que a mulher sardinha seja comida por esses simpáticos cetáceos (simpáticos, o tanas, têm é boa imprensa; até os tubarões têm medo deles) sem poder apresentar queixa, já que o oceano, como Portugal, é uma terra — sim, introduzi deliberadamente uma chalaça — sem lei nem roque.
Adoptando uma postura mais séria, até porque a de carpideira não me traz saúde às cruzes, faltará pouco para o sem-abrigo principiar a lucrar e poder arrendar, tudo dentro da lei, como é evidente, o seu cartão polivalente, o qual é uma espécie de caravana onde as rodas foram substituídas por umas muito robustas duas perninhas.
Cá para mim que não percebo nada do mundo, e como tal reúno todas as características de um bom comentador, a inflação de preços no mercado imobiliário em Portugal deve-se a uma competição onde todos os sítios em Portugal querem alcançar os valores praticados na Quinta do Lago, onde, segundo o Público, comprar casa de dez milhões já é coisa banal. Dito de forma mais poética, a Quinta do Lago é a musa que inspira os preços das casas, contentores e restantes palhotas a subirem de preço, a serem, em suma, mais do que são. Dito ainda de outro modo, a Quinta do Lago é, mesmo sem saber, uma espécie de guru motivacional para o mercado imobiliário em Portugal. Aqui é que bate o ponto: alguém que pratica uma banalidade ao comprar uma casa de dez milhões não é bem português. Um português típico, no qual eu me incluo com a minha carteira enfezada, é aquele que pondera durante quinze dias se compra um corneto. Uma decisão mal tomada e empecilhamos uma vida inteira.
Todos sabemos que a lei, ou uma das suas mil e uma interpretações, cada cabeça sua sentença, já diz o povo, é mais dócil com o pessoal cheio de graveto. A lei gosta de dar a patinha ao bilionário. Sociologicamente falando, tenho para mim que o bilionário é o consumista depurado, aperfeiçoado ao limite. Cheio de tiques, embirrações, postura infantil face a tudo o que mexe, com uma diferença: entre aquilo que o bilionário quer e a sua consumação tende a não haver burocracia. O bilionário quer um edifício demolido: mobiliza-se logo um arsenal de mordomos para o fazer, o mais prontamente possível. E tal não impressiona ninguém. Se o dinheiro é o novo deus, como já foi dito e redito por autores nos últimos séculos, então o bilionário é o novo faraó, aquele que mantém uma relação privilegiada com Ele. Quanto aos restantes, empacotados na pose consumista, tipos que choram ao ver o preço dos pinhões, resta-lhes berrar e trabalhar que nem cães a fim de obter um bocadinho de céu, visto que a terra nos foi negada.
Portugal, aos poucos, está a tornar-se aquela loja de luxo onde podemos entrar mas não podemos tocar nem comprar nada, por muito que nos esfalfemos e nos levemos ao limite. Este país já não é para nós. Se ainda cá estamos, e não nos escorraçaram, é porque somos nós que garantimos os serviços mínimos.
Roberto Gamito
06.08.22
— isto é um acrescento da minha lavra — de olhinho bem aberto para não comprarmos teorias usadas a preço de novas.
Roberto Gamito
06.08.22
Incapaz de arquitectar uma crónica ardilosa que possa ser vindimada com gosto pelas pupilas dos vindouros, prenhe de altos e baixos frutíferos aptos a entusiasmar até o mais exigente leitor, criatura capaz de espremer o rouxinol com o fito de despertar o que se acoita nas reticências, resta-me — oxalá as forças não me deixem a patinar neste lago siberiano da escrita onde, círculo após círculo, engrandeço a minha prestação diante dos júris do ridículo — esfrangalhar a mão contra as rochas do quotidiano à espera que o sangue encapelado desse embate me ofereça umas míseras linhas. A vida, supondo que isto não é um sonho, ou um holograma ou uma história engendrada por um deus com pouco que fazer, é pródiga em enganos, fértil em escaramuças e, em havendo tempo para procurar, poiso predilecto de insignificantes pepitas, nomeadamente paixão, amor e banquetes de fazer brilhar o olho ao mais criterioso glutão. Em jeito de súmula, a vida acontece à revelia da nossa vontade.
O bêbedo olha para mim e eu retribuo o olhar e ficamos assim, sem deixas, como dois palermas sem guião. O que não abona muito em favor quer de um, quer de outro. No cume da minha ingenuidade, quase acreditara ter encontrado a nascente da inspiração. Equivoquei-me, é um bêbedo raro, daqueles que não partilham nem por nada as suas histórias e teorias. Assim sendo, lá terei de continuar sem o milho da inspiração terrena, enfim, sou tomado de incertezas quanto aos fados desta crónica. Prossigo, portanto, de mão vazia e a tremelicar.
À minha frente, com uma camisa cujas cores deviam dar prisão sem direito a julgamento, um homem que, se descontarmos os poucos cabelos, que se exibem na tola do animal como um tufo humilde num deserto, é careca. A criatura a que muitos chamam homem é acompanhado por uma mulher que dá ares de esposa, sei-o pela forma severa como repreende o marido, a eterna criança a necessitar de chibatada. A mulher — juro-vos não estar a inventar para fins de comédia — possui uma camisa igual à do marido. Não me perguntem como é que ainda não se criminalizou isso. Uma pessoa inocente, vítima insofismável, olha para esse cenário desconcertantemente garrido e apanha um trauma que o acompanhará até à cova. Até digo mais, sou dotado de um conhecimento enciclopédico no tocante ao gostinho que as mulheres têm em fazer com que os homens passem por parvos, como se fosse uma tarefa que exigisse grande esforço, daí que esteja em condições de afirmar, embora o negue se for confrontado por alguma feminista, que a mulher obrigou o homem a fazê-lo. Até acrescentaria: a mulher detesta a camisa. No fundo, o que a mulher está a declarar com este comportamento é: vejam, casei com um paspalho, consigo vesti-lo com a camisa mais ridícula de todas, mais, vestimo-nos como se fôssemos gémeos carrancudos e ele nem pia. Contemplem o poder da vagina! Um aviso claro às outras mulheres. Vejam, este espécime está totalmente domesticado. Ao depararem com este ser agrilhoado, as mulheres dirão aos maridos: estás como queres, mas isso vai mudar, não me casei contigo para andares aí como se fosses um animal selvagem. Anda comigo ao shopping, vamos comprar as camisas mais medonhas que encontrarmos. Vai-te fazer bem ao ego, murmura a mulher com um sorriso de orelha a orelha.
Roberto Gamito
04.08.22
Não obstante os dias esburacados pelas traças da memória, dias cujas temperaturas oscilam entre o fresco e o calor vulcânico, os quais são termos muito derreados do ponto de vista do uso quotidiano, e, como se não bastasse, que as coisas más possuem sempre lábia para se fazer acompanhar dos parceiros mais singulares, inadequados do ponto de vista científico, o país lá vai andando a cavalo, qual mongol paciente e figurante no massacre, numa placa tectónica, à deriva, agarrado à bóia da História, ao sabor do vento, essa mão calejada e etérea que nos salga como lágrimas, mais para lá do que para cá, uma vez que é para a morte que mundo e homem se encaminham, vogando qual jangada de pedra, para piscar o olhinho a Saramago, nadando amadoramente segundo teorias de uns e de outros, as quais aprendemos custosamente na escola ou na vida, supondo distinguíveis os dois, digamos, estabelecimentos. Movemo-nos sem alarde nem megafones, com passadas miúdas e quem sabe decididas, quase imperceptíveis, passeamo-nos por cima das brasas, o manto, para surripiar um termo da geologia, como se o país fosse um grande faquir patrulhando enigmaticamente a superfície do inferno sem cuspir uma palavra, de olhos fechados, batendo uma e outra vez com a cabeça na porta fechada do paraíso. Andar por cima do inferno já é uma proeza superior, outros que a comentem e que a interpretem, quando deixarem de se sentir maravilhados pela pequena façanha de Jesus, o que caminhou por cima das águas, pensará o país. Mesmo que falássemos, mesmo que fizéssemos uso do grito, ninguém nos ouviria. A maldição de Babel atingiu o seu cume, o seu fim: cada homem fala uma língua diferente. A comunicação é agora impossível ou sempre o foi; seja como for, actualmente, carecemos de dúvidas, e é por isso que a diplomacia e os almoços de convívio são tão urgentes. Ao menos mantemos a boca ocupada entre pitéus e beijinhos. À falta de amor ou poesia para o cantar, é tudo o que temos neste momento.
A vida é sofrimento, é andar em cima de brasas, e com o tempo, em calhando encontrar o caroço da experiência, é aprender a tornar o processo mais suportável e tirar partido disso. Construí a minha vida em cima das brasas, diria o homem comum, se não lhe tivessem surripiado a voz. Não falamos nada daquilo que queríamos falar. Somos aquele louco da anedota iraniana que, quando alguém lhe pergunta a razão do seu silêncio, riposta “Não vejo ninguém que possa dar-me resposta”. Não me venham com histórias, sejam elas maiúsculas ou minúsculas ou mesmo sem h. Os hospícios fecharam um pouco por todo o mundo. Numa primeira leitura, poderíamos ler levados a pensar que o número de loucos diminuiu grandemente nos últimos anos. Num olhar mais atento, que nem precisa ser dos melhores, um olhar de fato de treino, um olhar daqueles que usamos em casa, percebemos que, ao contrário dos hospícios, as redes sociais são sítios onde os malucos podem gritar sempre que lhes apetece. Convém relembrar que isso lhes era vedado no manicómio. Havia uma duração a partir da qual o grito tinha de ser abolido, seja por injecções, cacetada, electrochoques ou por outras formas que o homem lá foi arranjando, ao longo dos séculos, para lidar com o outro-mor, o louco. Os loucos, como os homens ditos normais, supondo que esses não foram inventados por uma deidade com pouco que fazer com o fito de tapar um buraco num poema já esquecido, procuram o melhor para a sua vida. Não os consigo condenar.
Roberto Gamito
04.08.22
Com toda a estima que o mundo me merece, essa bola gigante que anda às voltas do sol como se tivesse larapiado a pochete a um asteróide, devo confessar que não me impressiona por aí além em matéria de beleza. Ao menos se fosse um cometa que adquire farta cabeleira nas redondezas do sol, agora uma esfera careca não produz grande ânimo na minha pessoa. Após ver por alto meia dúzia de postais que ilustram os sítios alegadamente exóticos obtemos uma imagem nítida e insofismável sobre o planeta. Há água, há florestas que, como declarou e bem o sábio Bolsonaro, só servem para causar incêndios, animais, a maioria intragáveis, pelo menos se formos ocidentais, e equívocos em todos os meridianos. Este sentimento de respeito infinitesimal tem razão de ser. Não me querendo armar em Bazarov, o primeiro niilista, continuo a não acreditar na existência do turismo num planeta destes. Uma tarde a ver documentários da National Geographic e está visto, não vale a pena pagar bilhete. O facto de haver vida neste planeta não me surpreende, os animais vivem em qualquer buraco, já o turista, que está habituado a certas condições de pessoa de nariz perpetuamente empinado, levanta-me certas dúvidas e desperta-me outras tantas comichões. Províncias estrangeiras, curiosamente, recebem pessoas que nunca lá estiveram com boas-vindas e não com tiros de canhão, tal como aconteceu na Rússia, em 1825, ao esquadrão de insurrectos. O turista é uma criatura cuja fé, a qual podemos desdobrar em crença de ver algo novo e encontrar a paz, sobrevive, no máximo, uma semana. Findo esse período de delírio, o turista dá conta que o melhor era ter ficado em casa a mandar vir com as paredes e a cavaquear com as osgas. Além disso dá-se conta do mau negócio. Viajar para um sítio em que não conhece ninguém e que nada tem que ver com ele só para actualizar as redes sociais com fotos de qualidade duvidosa. Como o leitor mais sagaz terá notado, o turista é vítima de uma burla. Tenta cria amizades com bichos autóctones, mas as araras não lhe passam cartão. Para elas, o turista não passa de mais um ser vertical com chapéu de palha. Além disso, põem repelente para afastar os problemas, porém eles acabarão por vir. Os problemas e os mosquitos. Quanto a mim merecidamente, enfarpelar-se com roupa duvidosa só porque se está de férias causa um desequilíbrio no universo que deve ser punido.
Aníbal Joaquim mal saíra de uma relação quando foi desassossegado por uma mulher que casava vistosamente o corpo com o seu vestido, mulher essa autora de um gingar de anca diabólico capaz de arrancar um sorriso ao mais antigo dos cadáveres; em suma, arrancou-o do pântano do marasmo onde, diariamente, há pirotecnia ininterrupta de ideias destrutivas. Em ambiente de férias, somos levados a acreditar em coisas que não existem. Quantas religiões e cultos não terão começado no verão, aproveitando o facto de as pessoas estarem indefesas e de chinelos, feitas turistas.
Mas este texto não é sobre o Aníbal, paz à sua alma de veraneante.
No auge do entusiasmo, que acontece algures na primeira semana de férias, o turista alega: "isto é que é vida". Aparentemente inofensiva, é vista como ofensiva para quem trabalha na restauração nesses sítios paradisíacos. O que é Paraíso para uns, para outros é o Inferno. O Bem e o Mal, uma vez mais, dependem do observador, como já nos ensinou a História.
Esta crónica não estaria completa sem a referência mais macabra de todas. O ser estúpido, que não tem outro apodo, que diz: quero conhecer pessoas novas. Dando de barato a inocência, é uma ideia pouco convicta que se esfuma passados uns dias. Desfeito o frágil feitiço das férias, o turista percebe a imbecilidade que é tentar conhecer pessoas quando as há em todos os sítios, até bem perto de casa, segundo ouviu dizer. Aliás, essas pessoas parecem-se muito com aquelas que andou a evitar o ano todo. Doravante percebe que a felicidade é impossível. E começa, pouco a pouco, a despir mentalmente a farda de turista. Aos poucos regressa ao seu mundo. Ao vê-lo tristonho e sem esperança dá vontade de lhe dizer: Isto é que é vida.
Roberto Gamito
01.08.22
Escrevendo mas feliz, contrariando os costumes ancestrais dos poetas. A minha vida foi um grande erro que, com sorte, elevarei a canto. O corvo franziu as ventas, distorcendo o bico; desta vez o queijo não caiu. Não há problema, ó incréu, amigos como dantes, comentou a ex-raposa.
Olhei para o céu
E em vez de luz
Vi um precipício
A tombar sobre mim.
Um poema bem escrito dá alento momentâneo ao poeta, mas não salva o mundo. Vive, trabalha e envelhece na orla dos números. O vulcão impacienta-se, a inércia dos futuros sacrificados irrita-o até às profundezas do inferno.
A mão é fundada na vertigem. Vale a pena hierarquizar fantasmas? Seja como for, o Homem não passa de um cadáver assombrado pela História. Conselho para os aspirantes a poetas: não escarafunchem nos dias pretéritos se não conseguem dormir de luz apagada.
Gosto de ouvir a minha casa em silêncio. Fecho os olhos e imagino a minha morte. O texto termina. Para o membro poético, não há finais felizes. E, de supetão, a mão esquerda não tem nada para fazer. Entre a cabeça e a folha há um conflito milenar por resolver. O pensamento é o cronista desse conflito. Estamos bem arranjados.
Por onde começar? Os precipícios adicionam dias tristes às planícies. Não há escapatória: ou caio ou permaneço no mesmo sítio.
A folha é uma pilha de fracassos burilada até ao canto. Se reparares bem, verás que todas as entrelinhas são diálogos entre as coisas que entraram no texto e as que não ingressam nele.
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