Roberto Gamito
05.12.20
Volta e meia somos escorraçados da hibernação que nos vota a um frio glacial, o qual é inimigo de qualquer cavaqueira de lençóis, por uma mulher que nos espicaça o caralho. Inesperadamente, um tipo que jurara nunca mais se envolver em jogos de braguilha vê-se metido em trabalhos de calor.
Pese embora torça o nariz quando escuto algum palerma da nova escola dizer que a palavra é dotada de poder, não posso negar que, face a uma mulher que dá mostras de querer encetar uma exploração a quatro mãos, há certos vocábulos que actuam magicamente no nabo. Decididamente, há palavras que o engrossam.
Não vou perder tempo em nomeá-las até porque, em havendo fome e sedução bem oleada, qualquer palavrinha é capaz de ressuscitar o pénis mais entediado. No entanto, talvez seja útil salientar que, caso a mulher concerte o vocábulo com o tom, tal pode dar origem a uma revolta nas calças. De pronto, há uma cobra pugnando pela sua liberdade. Um daqueles tesões descomunais de enfunar calças, cuja periodicidade não pode ser prevista. Outrora fadista, o pénis ergue-se num esplendor de festa com ganas de mostrar os seus prodígios.
Com efeito, a fim de apaziguar o nervosismo caralhal, é útil pô-lo para dentro. Em havendo oportunidade, é daquelas ocasiões em que ocorre a chamada foda cubista, uma fodanga de artista tendo em conta todos os lados.
O pior é quando a fera não amansa e o dono do bicho se dá conta que está a braços com um tesão crónico.
Quando se lembra da cona, a verga entesa logo, dando vigorosas marradas nas calças. Não admira, fome intérmina, tetas de arregalar a vista, cu que mais parece um miradouro com vista para o desnorte, farpela irrepreensível para a prática do fandango. A mão, antes lírica, passeia-se prenhe de luxúria da perna até ao sítio onde a desgraça principia.
Se tens alguém assim, isto é, uma mágica na arte de arrebitar caralhos, peço-te, compincha destas lides, que a estimes, não a desperdices, não a dês a ninguém e só a deixes sair da cama acometida de tremuras. Resta-me tirar uma conclusão que o leitor sagaz desde o início deste carrossel de baboseiras infernais já tirou: não podemos dar descanso à pichota quando a labuta aperta. Que é como quem diz, compete-te a ti, leitor ababalhado, deixar a cona em frangalhos.