Roberto Gamito
18.04.21
O golo fora das quatro linhas. A elegantíssima lâmina que nos degola e nos promove a nome. Um donativo para encorpar a nota de rodapé. O olhar brama o passado, a mão a braços com o presente. Debandaram as ideias que o enformavam. Hoje esqueleto ululante, intermediário da mediania. Zaragata de fantoches. Entre canções, mediam o génio com balança de merceeiro. Garimpeiro no leito do nada, utopista à prova de bala. Refrão suíno que nos emporcalha o raciocínio. Recusamos em vão a coreografia do pêndulo. Fora da convenção, o poeta bandarilhava a paisagem com versos novinhos em folha. A solidão, o retiro medúsico que o empederniu. Fios a raiar o imperceptível ligam boneco e bonecreiro, a máfia do destino que escondida nos conduz por esticão até às saídas de cena. Um cheiro a novo a encimar a porcaria.