Roberto Gamito
19.03.21
De calças em baixo e com o chifarote à mostra, o nosso homem, o ex-ensaboador de egos, após mamar a bom mamar das tetas das musas, pôs-se a escrever versos à janela. Soltou o tímido sonoro das nalgas, como que a ensaiar, mas pediu calma ao público que prontamente acorreu à beira do palco com o fito de ver brilhar o artista do século. Fechem os olhos bem fechadinhos, comunicou o dono da espadinha, cheirem esta música. É de reserva, só a canto em ocasiões especiais como esta. Um cu de tenor, aplaudiu o público.
Mudando de cenário e de paleio, comprometo-me a andar sempre de pau em riste, disse o homem embriagado ao padre. Pode fornicar a noiva, declarou o empregado de Deus. E logo ali se beijaram homem e mulher e o mais. Era uma alegria vê-los a pinocar em plena cerimónia. Jesus Cristo até saiu do crucifixo para ver melhor o espectáculo.
Que brejeiro cronista me saíste, pensarão. Já não tenho idade para cair na armadilha do puritanismo. Em podendo, o homem deve berlaitar de manhã à noite de forma a que o pau não ganhe caruncho.
Confidenciaram-me, no entanto, que a mulher se servia do desgraçado e que o sugava pelo pavio, e o pobre sem estudos avançados na berlaitada, todavia não parvo o suficiente, não ousava dizer não à manobra da fêmea. Se acaso minto, condenem-me a ler essas prosas enfadonhas que pululam a internet, amiúde enxertada com as ideias da moda. Enfim, raciocínios de traumatizar o caralho.
Calma, dirão. Calma? Amigos, tenho mais juízo no caralho que os Sete Sábios da Grécia tinham na cabeça. Avancemos, portanto, à confiança.