Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Fino Recorte

Havia uma frase catita mas que, por razões de força maior, não pôde comparecer. Faz de conta que isto é um blog de comédia.

Fino Recorte

Havia uma frase catita mas que, por razões de força maior, não pôde comparecer. Faz de conta que isto é um blog de comédia.


Roberto Gamito

18.03.21

Longe de mim encetar esta croniqueta como quem leva aos beiços um medronho de molde a pôr um ponto final num lauto repasto. Em virtude da pobre conjuntura actual, vejo-me impossibilitado de brincar à trancada, tocar um trancabailado, expressão pedida de empréstimo a Rabelais, com essas moças que pululam com a sua cona fogosa e verbosa o tinder e vizinhanças. De facto, poetar o que me vai na verga é desperdiçar tempo quando a pandemia, qual muro intransponível onde as osgas se acoitam entre dinastias, se interpõe entre uma picha e uma cona famintas. De que vale sintonizar-lhes o cio e regular as condições atmosféricas na cueca com palavrinhas meigas se não logramos transpor a foda teórica para o mundo real? São erecções e ejaculações que caem em saco roto. O paleio encantatório do engate é muito engraçado nas primeiras horas, mas cedo chega a altura de dar pasto à pichota. Engaiolado na braguilha, o pénis é um animal triste que fareja a cona longínqua. E logo o dono do pénis, o qual no momento das pontadas, as chamadas cabeçadas com que o membro latejante enfuna as calças como velas em dias de vento, é despromovido a vassalo logo que o dono se alua com o festim de tetas bailoçantes. Durante o auge do mestre João Coruja — continuamos a falar do nabo — o homem verga-se à vontade da cabecinha menor. Que é como quem diz, a inteligência falece durante o império do tesão.
Feitas as contas, mil e uma maneiras arranjou o Homem de contar histórias, cada uma delas com um fim, o qual pode ser ou não verbalizado. A História, a maiúscula e a pequenita, a arte e as bagatelas circunvizinhas não são senão a epopeia da piça, um pobre-diabo quixotesco, um cavaleiro da triste figura em busca da melhor buceta.

Uma bela sexta-feira apresentei à mulher o meu caralho — não se arrepiem, isto sou a ficcionar — expondo as vantagens e os prejuízos de não levar com o malho. Saída do nevoeiro de suspiros, com a língua desfivelada para a marotice, a mulher pronunciava brejeiramente os seus apetites sem tirar os olhos do recém-içado caralho.
Fode-me bem fodida, gemeu ela, fode-me até não restar réstia de caralho; não voltarás a cheirar esta cona.

prosa marota, Roberto Gamito

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D

Sigam-me

Partilhem o blog