Roberto Gamito
05.02.21
Hoje não me apetece escrever sobre marotice. Acaso estás são de cabeça e de espírito por estares a recusar essa proposta? É que agir de maneira parva e falar-se estupidamente em certas ocasiões, nenhuma das duas coisas dá saúde por si só. A magia, concedo, surge quando, na jigajoga da estupidez, abrimos a mente para terrenos mais ebulientes. Nem uma pitada do meu tempo, cogita o ilustre leitor, se é para não inculcar sexo na prosa. Aí, continua o leitor, decide-se acerca do divino e do humano. Vou ser sincero convosco: não me sinto inspirado de molde a dar uma pincelada à altura do tema. Seria espantoso se me conseguisse calar e levar as minhas palavras para o fundo do oceano e nunca mais regressasse. Apesar de merecer esse menosprezo da vossa parte, a minha posição não se equipara à vossa. Sinto um prazer macabro ao ler uma pessoa que tenta manter-se no fio do interesse sem recorrer às magias da cópula. É tempo de eu me acercar com unhas e dentes da monotonia. Ora aí está uma frase que pode funcionar como remédio para as insónias. Não estou a conhecer-te, exclamará o freguês habitual do blog. Veja-se o trabalho em que me fui meter com a minha necessidade de fugir aos temas com provas dadas. Mamas, uma só palavra, terá mais peso nesta prosa do que mil palavras minhas. Estarei a prestar-vos um favor enorme e de nenhum outro modo poderia auxiliar-vos tão vantajosamente. Há mundo para além do sexo.
Eu poderia encontrar uma pontinha de argumentação e expô-la com grandiloquência durante milhares de linhas, mesclando céu e inferno, frio e calor, intelecto e instinto, todavia mamas.